terça-feira, 18 de agosto de 2015

Loucos...todos somos.

Chamava-lhes loucos. Juro que chamava. Quando não começava a disparatar com o meu interior, que estas pessoas não teriam mesmo vida própria. Já estive apaixonada, claro que sim. Já gostei muito de alguém e já quis estar muito com alguém. Mas do tipo de não se largar? Do tipo de andar sempre de mãos dadas? Do tipo de ter sempre necessidade de a beijar? Naaaa. Isso não era para mim. Como é que eles conseguem? Não se cansam um do outro? Para não se largarem vão descuidar outros de certeza.
Pensava eu. Achava me incapaz de pertencer a tempo inteiro a uma pessoa. Mas isso foi porque nunca tinha encontrado A PESSOA.
Tudo se torna pouco quando encontramos a pessoa certa para nós. A que nos faz feliz. A felicidade torna-se imensa e a saudade que sentimos mesmo quando estamos junto dela, faz-nos acreditar que afinal os contos de fada eram verdadeiros. Que a Cinderela perdeu mesmo o seu sapatinho para o encontrar. Que a Bela domou os seus medos para o amar. Que a Rapunzel deu os seus cabelos para o ter. Que a Branca de Neve comeu mesmo a maçã para o poder beijar. E quando acreditamos? É o amor. Quando esperamos por ele mesmo sabendo que ainda não é hoje que chega? É amor. Quando ansiosos esperamos vê-lo ao acordar? É amor. Quando tudo o resto não parece fazer sentido sem ele? É amor. 
E é a este amor que devo um pedido de desculpas, por ter chamado loucos a outros e por vezes não ter acreditado nos contos de fadas. Porque agora tudo faz sentido e sou capaz de não o largar, de andar sempre de mãos dadas, de o beijar a toda a hora, de não me cansar, de me deixar pertencer. Afinal, todos seremos loucos um dia e quando virem esse dia chegar não lhe fechem a porta, porque a felicidade que aí vem não consegue entrar só pela janela.
É a este amor que agradeço, por me ter posto na vida a pessoa que é capaz de me amar como eu sou e que foi capaz de fazer com que a amasse. Agradeço ter sido a primeira pessoa a receber "amo-te" dos meus lábios. Agradeço o amor que me dá desde que o sol nasce até que nasça outra vez. Agradeço toda a loucura que via nos outros e que depositou em mim. Agradeço as saudades que me faz sentir quando não está por perto e mesmo quando está. Agradeço por fazer acontecer todas as nossas rotinas que adoro. Agradeço por me dizer "amo-te" todas as manhãs e por dormir em conchinha todas as noites. Agradeço por me fazer feliz e acima de tudo agradeço por ser a pessoa com quem eu quero passar o resto da vida. 
Chamem-me louca por pensar assim. Chamem-me louca por não me reconhecerem. Mas quando toca ao amor, loucos...todos somos.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Saudade de Coimbra

Ainda um dia gostava de descobrir como é que todos os outros cidadãos deste imenso mundo, conseguem descrever algo tão angustiante e ao mesmo tempo reconfortante que é a saudade. Aquela palavra tão e só portuguesa, que nos faz querer voltar atrás do tempo, que nos faz querer mudar de lugar, que nos faz chorar um sem número de vezes e que nos arranca o coração do peito de uma forma tão violenta, que nos deixa sem forças para conseguir suportar a dor da ausência.
Só conhecia o termo dos grandes romances que a literatura nos obrigava a esmiuçar, para tentar perceber realmente o que o autor sentia. Conhecia do sofrimento de outros. Conhecia da dor da ausência de alguém que nos é querido. Mas foi com Coimbra que percebi o que realmente era isto da saudade.
Cada sorriso arrancado, cada lágrima chorada, cada momento passado, cada amor vivido, cada amizade construída, cada batalhada vencida e cada obstáculo superado... tudo isto por ti Coimbra, foi o que me alimentou a alma durante os últimos cinco anos que aí passei. Recebes todos aqueles que por aí passam, como se fossem convidados de honra. Todos se sentem especiais. O acolhimento a que nos habituaste faz-nos ver em ti o verdadeiro LAR. É em ti que nos sentimos bem, é em ti que conhecemos a tradição, é em ti que crescemos e nos tornamos Homens, é em ti que nos tornamos saudade.
Cada lágrima que ainda hoje choro é de saudade, porque sei que foi em ti que passei os melhores anos da minha vida.

A todos os que ainda vivem Coimbra, aproveitem, porque quando a despedida chegar, vão sentir a maior perda das vossas vidas.


sábado, 3 de agosto de 2013

Até já Coimbra :'

Hoje tive de dizer adeus a uma das coisas melhores e mais importantes da minha vida. Já diz a velha canção que "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida". Mas confesso que não consigo descobrir qual o encanto de dizer adeus e da despedida daquela que foi a nossa casa. É impressionante como conseguimos ter aquela sensação de que Coimbra sempre foi a nossa casa. Todos os ensinamentos que adquiri, todas as aventuras que vivi, todos os amores que senti, todos os amigos que fiz, todas as felicidades e tristezas que passei, todas as lágrimas que chorei e todos os sorrisos que partilhei, ficarão sempre em mim e farão parte daquilo que sou e que sempre serei. Foi em Coimbra que eu aprendi a abraçar o mundo. Foi em Coimbra que eu descobri o que é ser feliz. Foi em Coimbra que cresci e me tornei na mulher que sou. Foi em Coimbra que vivi os melhores anos da minha vida. Foi em Coimbra que amei e fui amada. Foi em Coimbra que aprendi o que é tradição e todos os valores da MELHOR Academia da Mundo.
Hoje choro, não por te ter deixado, mas por saber que nada nem ninguém me conseguirá fazer tão feliz como tu me fizeste. Todos aqueles que te deixo, confio em ti para lhes dares o teu melhor como me deste, porque todos eles merecem o melhor de ti.. que é Tudo! De uma coisa te possa assegurar: eu não serei a mesma sem ti. Todos os que deixei aí, trago-os no meu coração, porque é deles que ele é feito. Aliás, é deles que eu sou feita. Foste o meu melhor. Espero poder dizer-te "Olá" em breve, por isso deixo-te um "Até Já". Obrigada Coimbra.. por tudo.  :'(


segunda-feira, 22 de julho de 2013

Amorzade

António Lobo Antunes, escreveu "Não me tinha passado pela cabeça que é exactamente o que sinto pelos meus amigos, os vivos e aqueles que morreram, ou antes, não morreram, só não puderam vir hoje, logo à noite ou amanhã telefonam e estarão no sítio em que combinámos, sem falta, e a gente a abraçar-se às palmadas nas costas. Porque razão os homens se abraçam sempre às palmadas nas costas?".
Até então desconhecia aquela expressão, mas desde o primeiro instante em que a li consegui perceber o seu significado. Nada podia ser tão transparente e tão bem descrito quanto aquilo que sentia por ti. Eras o meu companheiro de todas as horas, choravas todas as minhas lágrimas, navegavas comigo todos os oceanos, partilhavas todas as minhas mágoas, aninhavas-me naquele nosso abraço, parávamos o mundo ali, sorrias todos os sorrisos que ainda estavam para inventar em mim. 
Nunca houve um momento em que me desiludisses e penso que ainda está longe o dia em que isso possa acontecer, porque dizem que o Dia de São Nunca não vem nas próximas décadas. Até quando me pudeste deixar mais triste por algo, fiz questão de te dar na cabeça por isso. Talvez tenha errado contigo. Não uma, não duas, mas várias vezes. E por isso peço que me perdoes, porque preferia segurar todas as mágoas e dores deste mundo neste pobre e pequeno coração e perder todas as forças deste meu frágil corpo, a saber-te triste ou magoado, ainda mais comigo. 
Todos os bons sentimentos que existem no mundo, eu posso senti-los por ti. Estiveste comigo em todos os momentos bons e maus, tornaste-me uma pessoa melhor, fizeste de mim uma mulher mas perfeita em todas as minhas imperfeições, viste beleza em mim onde nunca fui capaz de a descortinar. 
Um "Amo-te" nunca se esquece e tenho todo o orgulho, prazer, contentamento, felicidade... e tudo o que é de bom, em que a primeira pessoa que mo dissesse fosses tu. Nenhum outro me tinha sabido como aquele. 
Por tudo isto e por muito mais, por aquilo que vivemos e por aquilo que ainda vamos viver, quero agradecer-te do fundo do meu coração a tua Amorzade, que é o melhor que eu tenho nesta vida. Sabes que és o melhor e aquilo que partilhamos vale para mim tudo o que há de melhor no mundo. Sei que estas palavras não chegam para agradecer tudo aquilo que fazes por mim e que sei que ainda farás, muito menos a tua amizade, mas tal como tu me mimas, quis deixar-te um miminho. 
Porque é que te amo? Porque és a minha melhor parte.









terça-feira, 26 de março de 2013

Procura-se um amigo



Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grande chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Mulheres são como maçãs em árvores.
As melhores estão no topo.
Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar.
Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,
que não são boas como as do topo,
mas são fáceis de se conseguir.
Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas,
quando na verdade, eles estão errados...
Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar,
aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore."
Machado de Assis