quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

conto de fadas

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.

Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto: "Era uma vez..."

Florbela Espanca

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

carta a um prínicipe

Querido Príncipe:

espero que te encontres de bem com a vida e que estes dias de descanso estejam a ser maravilhosos, junto dos teus, nesse teu maravilhoso reino.
Escrevo-te esta carta com uma enorme saudade no peito. Ainda há pouco tempo te vi partir, mas parece que foi há uma eternidade.

Como tal, quero aqui deixar-te como lembrança, algo que te faça lembrar de mim, algo que aprecies realmente. Deixo-te assim, o meu pequenino sorriso, pois só a ti ele pertence e só tu és o seu criador.

Para além de tudo mais o que te poderia dizer, já falando na imensa saudade que me atravessa a alma, todos as palavras de ternura que me fizeste ouvir, todos os abraços que me fizeste sentir, todos os momentos que quis repetir, tudo, tudo, tudo..... tudo o que me transporta a ti me enche o coração.

Sinto que esta saudade é recíproca, mas não te preocupes, meu príncipe,que logo, logo vamos poder estar juntos, sem dragões para nos impedirem ou bruxas más para nos enfeitiçarem.

Despeço-me então meu querido e adorado príncipe, com a enorme saudade que me apunhala o peito.
Um eterno beijo

Princesa*

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"vales a pena"

"Com o teu cheiro de Primavera
Dormir no teu enlaço
Estar contigo, ai quem me dera!
Sentir o teu abraço
Pouso na tua janela
Tua postura de gerbera
Brilhas como uma estrela
É essa a tua realeza
Pequena, morena, singela
Com o teu ar de princesa
Não há menina mais bela
Ainda não há mais que tu, Teresa"

Obrigada meu bem :')

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

loucas são as noites


Mais um dia que acaba
e a cidade parece dormir,
da janela vejo a luz que bate no chao
e penso em te possuir.
Noite após noite, ha ja muito tempo,
saio sem saber para onde vou,
chamo por ti, na sombra das ruas,
mas só a lua sabe quem eu sou.
Lua, lua,
eu quero ver o teu brilhar,
lua, lua, lua,
Eu quero ver o teu sorrir.

Leva-me contigo,
mostra-me onde estas,
é que o pior castigo
é viver assim, sem luz nem paz,
sozinho com o peso do caminho
que se fez para tras...

Lua, eu quero ver o teu brilhar,
no luar, no luar.

Homens de chapéu e cigarros compridos
vagueiam pelas ruas com olhares cheios de nada,
mulheres meio despidas encostadas à parede
fazem-me sinais que finjo nao entender.
Loucas sao as noites, que passo sem dormir,
loucas sao as noites.
Os bares estao fechados ja nao ha onde beber,
este silencio escuro nao me deixa adormecer.
Loucas sao as noites.

Nao ha saudade sem regresso, nao ha noites sem madrugada,

Ouço ao longe as guitarras, nas quais vou partir,

na névoa construo a minha estrada.

Loucas sao as noites, que passo sem dormir,
loucas sao as noites.
Loucas sao as noites, que passo sem dormir,
loucas sao as noites...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pois é

Pois é
Fica o dito e redito por não dito
É difícil dizer que inda é bonito
Cantar o que me restou de ti

Taí
nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão

Então
disfarçar minha dor já não consigo
Dizer que nós somos bons amigos
É muita mentira para mim

E enfim
hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
pra quem só lhe foi dedicação

Pois é, e então


Tom Jobim

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Here is my confession

Games, changes and fears
When will they go from here?
When will they stop?
I believe that fate has brought us here
And we should be together babe, but we're not
I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

I may appear to be free but I'm just a prisoner of your love
I may seem all right and smile when you leave
But my smiles are just a front
I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

Here is my confession
May I be your possession
Boy I need your touch
Your love kisses and such
With all my might I try but this I can't deny

I play it off but I'm dreaming of you
I'll keep my cool but I'm feinding

I try to say good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near
Good-bye and I choke
I try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, it's clear,
My world crumbles when you are not near

domingo, 22 de agosto de 2010

Sobre a importância do não



“Hitler pode ter perdido a guerra no campo de batalha, mas terminou ganhando algo”, diz M. Halter. “Porque o homem do século XX criou o campo de concentração e ressuscitou a tortura, e ensinou aos semelhantes que é possível fechar os olhos para as desgraças dos outros”.

Talvez ele tenha razão: existem crianças abandonadas, civis massacrados, inocentes nos cárceres, velhos solitários, bêbados na sarjeta, loucos no poder.

Mas talvez ele não tenha nenhuma razão: existem os guerreiros da luz, que jamais aceitam o que é inaceitável.

As palavras mais importantes em todas as línguas são palavras pequenas. “Sim”, por exemplo. Amor. Deus. São palavras que saem com facilidade, e preenchem espaços vazios em nosso mundo.

Entretanto, existe uma palavra – também muito pequena – que temos dificuldade em dizer.

“Não”.

E nos achamos generosos, compreensivos, educados. Porque o “não” tem fama de maldito, egoísta, pouco espiritual.

Cuidado com isto. Há momentos em que – ao dizer “sim” para os outros, você está dizendo “não” para si mesmo.

Todos os grandes homens e mulheres do mundo foram pessoas que, mais do que dizer “sim”, disseram um NÃO bem grande a tudo que não combinava com um ideal de bondade e crescimento.

Os guerreiros da luz se reconhecem pelo olhar. Estão no mundo, fazem parte do mundo, e ao mundo foram enviados sem alforge e sem sandálias. Muitas vezes são covardes. Nem sempre agem certo.

Os guerreiros da luz sofrem por bobagens, se preocupam com coisas mesquinhas, se julgam incapazes de crescer. Os guerreiros da Luz de vez em quando se acreditam indignos de qualquer benção ou milagre.

Os guerreiros da luz com frequência perguntam o que estão fazendo aqui. Muitas vezes acham que sua vida não tem sentido.

Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque perguntam. Porque continuam a procurar um sentido. Mas, sobretudo, porque tem capacidade de dizer “não” quando está diante de coisas que não pode aceitar.

Muitas vezes podemos ser chamados de intolerantes, mas é importante se abrir, e lutar contra tudo e contra todas as circunstâncias, se estamos diante de uma injustiça ou de uma crueldade. Ninguém pode deixar que, no final, Hitler tenha estabelecido um padrão que pode ser repetido porque as pessoas são incapazes de protestar. E para reforçar esta luta, é bom não esquecer as palavras de John Bunyan, autor do clássico “Pilgrim’s Progress”:

“Embora tenha passado por tudo que passei, não me arrependo dos problemas em que me meti – porque foram eles que me trouxeram onde desejei chegar. Agora, já perto da morte, tudo que tenho é esta espada, e a entrego para todo aquele que desejar seguir sua peregrinação”.

“Levo comigo as marcas e cicatrizes dos combates – elas são testemunhas do que vivi, e recompensas do que conquistei. São estas marcas e cicatrizes queridas que vão abrir as portas do Paraíso para mim”.

“Houve época em que vivi escutando histórias de bravura. Houve época em que vivi apenas porque precisava viver. Mas agora vivo porque sou um guerreiro, e porque quero um dia estar na companhia Daquele por quem tanto lutei”.

Enfim, cicatrizes são necessárias quando lutamos contra o Mal Absoluto, ou quando precisamos dizer “não” a todos aqueles que, às vezes com a melhor das intenções, procuram impedir nossa caminhada em direcção aos sonhos.

Paulo Coelho

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Segunda infância

À tua palavra me acolho, lá onde

o dia começa o corpo nos renasce...


Regresso, recém-nascido, ao teu regaço,

minha mais funda infância, meu paúl...


Voltam, e novo, as folhas para as árvores

e nunca as lágrimas deixaram os olhos...


Nem houve céus forrados sobre as horas,

nem míseras ideias de cotim

despovoaram alegres tardes de pássaros...


O sol continua a ser o único

acontecimento importante da rua.


Eu passo, mas não peço às árvores

coração, para além dos frutos...


Tu és ainda o maior dos mares

e embrulho-me na voz com que desdobras

o inumerável número dos dias!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Was so good to sleep in the corner

Para mim, foram muito poucas as vezes em que adormeci aconchegadinha no teu abraço. Aquele cantinho criado entre o teu ombro forte e o teu peito macio parecia ter sido desenhado a pensar em mim. Era o encaixe perfeito, onde eu me sentia forte, amparada e segura de que era importante para ti. Não havia lugar melhor no mundo onde eu preferisse estar. E aquelas horas que ali ficávamos, tu a perderes os autocarros só para não me deixares… O mundo podia desabar, porque era assim que nos iriam encontrar. Sempre abraçadinhos um ao outro.

Não sei exactamente o que se passou, nem o que significou. Umas vezes, parecias tão seguro de ti, mas noutras já te apresentavas com as maiores dúvidas na humanidade. De cada vez que estava contigo, nunca sabia se iria acontecer ou não. O meu sentimento por ti…esse nunca se alterou. De cada vez que te sentia longe, decidia que te tinha de levar ao esquecimento. Pois, mas falar é fácil... e quanto mais pensava em te esquecer, mais vezes acordava na manhã seguinte a pensar em ti e no nosso “cantinho”.Nunca fui de me arrepender de nada nesta vida, mas de facto, a única coisa que eu faria se pudesse voltar atrás era a pergunta que deveria ter feito naquele mesmo momento, que pensei que não fosse o certo. Mas porque é que não tive coragem de deixar falar o coração? Porque é que também não foste certo do que querias? Porque é que não cresceste a tempo de o perceber? Quando te despediste, pensei mesmo que ia conseguir…uma vez que por ti, tinha percebido que era o fim. Mas a verdade é que o tempo não parou de correr e as saudades são cada vez mais!

Quem me dera, com o passar do tempo, poder voltar ao cantinho.

sábado, 7 de agosto de 2010

claustrofobia

Uma,… duas,… três,…quatro! Quatro horas ainda não dormia, desde que tinha decidido ir para aquele que é para uns o conforto, mas para uma minoria um sacríficio. Mas esta já prometia ser uma daquelas noites, iguais a tantas últimas destes derradeiros dez anos. As letras do livro apareciam desfocadas, o filme parecia incrivelmente aborrecido e o zzzzzzzzzz do raio do mosquito…nada fazia com que conseguisse dormir! As primeiras horas até foram passando, trocando mensagem com este que se lembra de nós passado tanto tempo que até parece milagre (é bom saber que há quem se lembre de nós antes de adormecer!) e com aquele outro com o qual, se não as trocássemos, não seríamos as mesmas pessoas! Parece que só o copo de leite acabado de sair do frigorífico, nos ajuda a passar melhor a noite. (Engraçado que até isso uma cidade consegue mudar…odiava leite frio até ir para a grande cidade académica! J )

Mas depois de andar um dia inteiro aborrecida, era obviamente óbvio que a noite não ia ser propriamente bem passada. Aquela sensação de claustrofobia… de querer fugir de tudo e de todos. Mais um dia fechado nesta casa que nunca me parecera tanto uma masmorra como agora, pôs-me ainda mais com o desejo de “cair fora”. Estou cada vez mais farta desta cidade. E o mais engraçado é que só cá estou há 18 dias. Este cheiro a turista de garrafão vindos do tão perto Famalicão e Guimarães (sem ofensa Tiago :p), outros que são “avecs” do Paris de França, as miúdas que tentam exibir o que não têm, os gunas desesperados pelo que não vêem…só situações!!! Quero sair…mas não tenho com quem. Obviamente que uns com as férias de família, outros com os namorados e outros que vão dar os seus passeios… obviamente que todos tentam aproveitar ao máximo para o convívio, bronze e até para trabalhar. A acrescentar isto tudo, as saudades apertam cada vez mais! Nem as aulas de TED conseguiam ser tão entediantes. O desejo de sair i/emigrar é tão grande, mas possibilidade de voar é tão baixa. Tudo pela falta daqueles pequenos pechisbeques que mais parecem botões de ouro.

Mas as coisas hão-de se resolver e esperemos sinceramente que em Setembro possa estar de volta à grande vivência de cada ano. J

10 things I hate about you


I hate the way you talk to me,

and the way you cut your hair.

I hate the way you drive my car,

I hate it when you stare.

I hate your big dumb combat boots

and the way you read my mind.

I hate you so much it makes me sick,

it even makes me rhyme.

I hate the way you're always right,

I hate it when you lie.

I hate it when you make me laugh,

even worse when you make me cry.

I hate it when you're not around,

and the fact that you didn't call.

But mostly I hate the way I don't hate you,

not even close,

not even a little bit,

not even at all.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cantinho

Was so good to sleep in the corner,

There was no better place on earth I'd rather be.

I wish I could return to the corner


miss...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Loucos anos 20


Estava com ideias de me deitar cedo, porque o cansaço era demasiado. De repente, … parei tudo o que estava a fazer, deixei a minha maninha pendurada ao telefone assim que ouvi as primeiras notas que trinavam nas cordas de uma tão delicada guitarra. A que na minha opinião é a melhor música de todos os tempos tocada pelo grande mestre da guitarra portuguesa, “Verdes Anos”, ecoava do lado de lá da minha janela. Quem a tocava sabia que assim o era e o significado que teria para mim. Como da janela, não conseguia ver o que se passa, largo e tudo e desço a abrir a porta… e a confusão total! Não sabia se rir, se chorar! Mas a emoção foi tal que as lágrimas logo vieram aos olhos. Quatro estudantes envergando o traje da maior academia do país, com as suas capas traçadas faziam uma serenata. À sua volta, estavam as pessoas mais fantásticas do mundo. Até os que não estavam presentes fisicamente se faziam sentir. O meu grau de tremura já é demasiado, mas ali parecia que o chão me saía dos pés ( estava em grau 7 na escala de Richter). Nem de pé conseguia estar. Chegou a certa altura, que a emoção era tanta que já nem as lágrimas conseguiam sair. Não tinha palavras… queria falar e não conseguia! Foi a maior surpresa do maior ovo Kinder que alguma vez podia ter na vida. Todo o plano engendrado ao pormenor… Depois de abracinhos e agradecimentos a todos, deram-me a melhor noite que alguma vez poderia ter tido com direito a massagem e tudo.

Após vinte anos a viver numa terra com o privilégio de ser banhada pelo grande azul, nunca me tinha dado para passar a noite na praia. Até isso eles me deram…uma grande noite de lua cheia, na qual a sua luz intensa era reflectida nas águas e tornava tudo ainda mais mágico. Desde os jogos de volei e rugby, aos jogos de areia, à sessão de fotografias, aos ataques de cócegas, às parvoíces…parecia tudo saído de um sonho! A melhor noite sem dúvida dos últimos 20 anos. Nunca fui tão feliz num dia de anos…nem quando fiz uma festa no Mc Donald’s ou quando recebi o livro que tanto queria, porque nunca tinha recebido uma encomenda tão grande de amizade. Acho que cheguei mesmo a apanhar uma overdose dessa simples palavra que é tanto!

Desde a directa de uma noite inesquecível, de uma açorda da avozinha que por incrível que pareça hoje me soube bem (e só eu sei como odeio açorda), ao lanchinho na esplanada da clássica pastelaria com velhos amigos… tudo perfeito! É pena só haverem coisas que nunca mudam, mas pronto…

Só vos quero deixar umas simples palavras, uma vez que não sei como vos hei-de agradecer. Espero que saibam, que aqui a coração de pedra que nunca chora, fartou-se de verter lágrimas por vossa causa…lágrimas de felicidade como é óbvio!! Aliás, escrevo com o teclado molhado das gotas de contentamento que os meus olhos não param de deitar! Penso, que choro com o coração.

Vocês são sem dúvida as pessoas mais fantásticas que alguma vez passaram na minha vida! Nunca na vida, e por mais desconfiada que seja, pensei que me fizessem uma coisa dessas… foi a coisa mais magnífica que alguma vez assisti…e podem ter a certeza que nunca mais, nem que venha a ter Alzheimer, se apagará de mim…porque um coração nunca esquece. Longe ou perto, independentemente do que o futuro nos reserve, vou levar-vos para sempre comigo..a vós e as nossas maluqueiras, que sem elas não éramos felizes. Se alguma vez tive dúvidas quanto ao conceito de amizade e de amigos, hoje essas dúvidas desvaneceram-se todas. Tudo ficou claro e cheguei à brilhante conclusão que já não sei viver sem vocês. A importância descomunal que têm na minha vida… não tem descrição. Dos grandes aos pequenos, dos preversos aos santinhos, dos broeiros aos mais tímidos, de norte a sul (e arredores, como o norte de África J)…todos têm em mim uma parte de vós. Porque no fundo eu sou feita de vós. Até aos meus paizinhos que conspiraram com vocês, um muito obrigada por me terem educado e aturado durante estes 20 anos, aos quais devo toda a minha vida. Podia estar aqui a encher 20 páginas com MILHÕES DE OBRIGADAS!, mas acho que já perceberam o que quis dizer… aliás nem consigo arranjar palavras nem para descrever, nem para agradecer. Simplesmente, acho que não o merecia, mas pronto. E como já gastei 3 lenços com a choradeira, acho melhor ficar mesmo por aqui.

Quero dizer-vos só mais uma coisa…. AMO-VOS a todos sem excepção! E mais uma vez, e porque acho que não disse as vezes suficientes durante a noite, VOCÊS NÃO TÊM JUIZO!!

Um muito obrigada :’)

Brinde aos avós

Aos meus avózinhos, um feliz dia dos avós!!
Se não fossem vocês, não estava cá hoje :)

Um grande obrigada

domingo, 25 de julho de 2010

Os dois macacos


Era uma vez dois macacos tão parecidos como duas gotas de água, e que faziam as mesmas coisas e tinham pensamentos iguais.

Quando ao primeiro macaco lhe apetecia trepar a uma bananeira e apanhar uma banana madurinha, ao segundo macaco apetecia a mesma coisa. E, zás!, os dois ao mesmo tempo trepavam pela árvore acima.

Um dia aconteceu o que era de esperar. Os dois macacos atiraram-se à mesma banana. Esta escorregou-lhes das mãos e caiu em cheio dentro da boca da zebra, que estava a olhar para eles.

A zebra deitou a fugir e os dois macacos correram atrás dela, mas a zebra corria mais e desapareceu no mato, escondendo-se entre as folhas raiadas como o seu pêlo.

- Uff! – exclamou o primeiro macaco sem quase poder respirar. – Estou morto de sede.

- Uff! – exclamou o segundo macaco. – Também eu!

De mão dada, correram para o rio. Mas a margem estava tão lamacenta que o primeiro macaco escorregou. Chap! E, arrastando o companheiro, caiu à água… mesmo ao pé de um grande crocodilo que tinha a boca aberta.

A toda a pressa, os dois macacos saíram da água… mas o que tinha arrastado o amigo só conseguiu escapar deixando um bocado do rabo na bocarra do crocodilo.

Ficou tão furioso que, quando o outro macaco declarou: «Não acho lá muito agradável apanhar uma dentada de crocodilo», não respondeu como de costume: «Também não acho».

Pelo contrário, exclamou:

- Não acho nada agradável ser tão parecido com outro como duas gotas de água, fazermos ambos sempre o mesmo…e, principalmente, termos pensamentos iguais, pois isso traz-nos sempre arrelias.

Dizendo isto, afastou-se amuado e foi para detrás de um grande penedo. Mas quando o rabo deixou de lhe doer, principiou a sentir-se muito só.

E ficou todo contente quando o amigo apareceu e lhe propôs fazerem as pazes.

Mas assim que o primeiro macaco lhe disse: «Apetece-me ir apanhar morangos para o jantar», não respondeu: «Também a mim.» Volveu, pelo contrário:

- Apetece-me ir buscar açúcar e natas frescas para comer com os morangos que tu desejas apanhar.

- Que bela ideia! – disse o primeiro macaco. – Assim é muito melhor!

E, dali em diante, os dois macacos nunca mais tiveram arrelias, porque os pensamentos de um completavam, felizmente, os pensamentos do outro.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

equação do amor



((AM+BC).X)/(B(X+XOC))=AM/
B-CTE/((X+BOC))

(AM+BC).X = AM (X + BOC)-BCTE

AMX + BCX = AMX + AMBOC – BCTE

BCX = AMX – AMX + BC (AMO-TE)

BCX=BC (AMO-TE)

X = AMO-TE

Provérbio chinês

Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida

quinta-feira, 22 de julho de 2010

a saudade ... ahhh



Filosofia do Gabiru

Ser só para sonhar e para ver este espectáculo único – a natureza; para passar os meus dias vendo as transformações duma daquelas árvores que daqui contemplo!...

Tenho a certeza de que fui árvore e é por isso que tanto as amo.

Há livros que falam baixinho, há livros que falam alto. Uns têm por si o encanto, outros a força. Às vezes as palavras murmuradas impressionam mais: passado tempo ainda elas acordam em nós fibras adormecidas.

Porque é que a água, até o mais humilde charco, atrai e faz sonhar os homens contemplativos?

Quanto mais desprezo o homem, mais amo a natureza. Ela é inalterável.

O homem prende-se a muitas coisas inúteis: a riqueza, a ambição, interesses mesquinhos: vive emaranhado numa teia. De forma que não tem tempo de ver, nem de ouvir, nem de conhecer. Quantas criaturas existem que nunca olharam para o céu? A natureza, árvores, montes, rios, esse pélago que entrevejo do meu quarto deixa-os indiferentes, as horas de preguiça e sonho deixam-nos indiferentes. Nunca tiveram tempo para amar as coisas simples e grandes da vida. O que é eterno não o viveram. Por mim, antes quero comer pão e cismar, deixar correr as minhas ideias como um regato corre - até onde tem água. Alguns morrem sem terem reparado que existiram.

É por isso que eu corto sempre com tudo o que me não deixa sonhar.

Raul Brandão “ os pobres II”

a solidão

Tem a solidão isto de comum com o silêncio e a escuridade: espanta e aturde quem nele cai; mas, logo que o ouvido liberta dos sons fortes, aprende a conversar com a mudez; tanto que os olhos, desfocados dos luzeiros intensos, se exercitam em caçar visões de raios, fosforescências indecisas, que são como que os cílios das trevas, abriu-se o negrume em brilhantismo, o silêncio avivou-se de diálogos, a solidão, que parecia o nada, é um mundo novo com um sistema completo de existências imprevistas e apropriadas.

Que admira? A solidão medita, e a meditação cria. Os sentidos alimentam-se do que lhes oferecem a natureza, a fortuna, o acaso; a divindade interior, a alma, tem tratos inexplicáveis com o íntimo e desconhecido.

[…]

Boníssima solidão! Tu és para a sociedade o que as tuas montanhas são para os vales: nas tuas entranhas se filtram, dos teus recôncavos rebentam os génios possantes e profundos que vão derramar por longe a fertilidade. Mas tu não és só mãe às torrentes caudais: uma fontinha entre lapas, desconhecida, não se goza menos do teu favor. Sobre o pouco libertas dons, como sobre o muito; prudente para o imenso, prudente para o limitado. Solidão, inspiradora de todos os visionários, de todos os descobridores, de todos os inventores! Solidão, ninho das rolas como das águias, perdoa, se eu não sabia ainda apreciar-te!

António Felicidade de Castilho, “ A chave do enigma”

um barco sem leme


As pessoas ficam realmente mais feias quando crescem? Será que o tempo empanturra de inveja o nosso olhar, como se só o desdém fosse o melhor amigo de todos os remorsos? Será que é por uma insaciável fatalidade que, depois de todas as pessoas a quem dizíamos “bom dia!” serem nossas amigas, crescer nos torna, tragicamente, mais sós? Será que, após um olhar de inocência sobre as pessoas, teremos todos de chegar às mesmas “leis gerais” como, por exemplo, aquela que reclama que «os homens são todos iguais» (sem que quem o diga repare que, por outras palavras, nos confirma que as fantasias que constrói, diante de quem quer que seja, se repetem sem parar)? Porque é que as pessoas, à medida que crescem, dão tantos conselhos e tão maus exemplos? Porque é que a vida parece engolir sonhos e desejos, ficando tão complexa à medida que se vive, levando a que as pessoas – ao não conseguirem dividir-se pela família, pelos seus amores, pelo trabalho, pelos compromissos, ou pela irreverência do seu crescimento – exijam aos outros o que, todos os dias, não conquistam para si? Será que é por tudo isto que, por várias vezes, tantas pessoas desejam «parar», «começar de novo» ou, por um momento, dizer: «esta não é a minha vida»? Pois é…
Muitas pessoas, não tendo quem olhe por si, deixam de ser arquitectos dos sonhos e engenheiros dos seus desejos.
Resta-lhes o “vai-se vivendo” de todos os dias, ou o “entreter-se” e as “distracções” que dão à vida o rumo da pré-reforma, e a transformam num «aprenda a morrer sem dor, em suaves prestações», um dia após o outro. Mudam alguma coisa para que nada deixe de ser como era dantes. Isto é, mudam para não se transformarem. Não é que não desejem uma transformação. Muito menos, que não saibam que ninguém se transforma sozinho. Mas têm medo, acima de tudo, de se confiar a quem mobilize – de dentro para fora – essas transformações.
Muitas pessoas receiam desenhar um rumo para aquilo que desejam. Parecem sentir a vida como um barco sem leme, por não terem quem, olhando consigo, faça de farol e de horizonte ao mesmo tempo, tornando os sonhos navegáveis e dando «novos mundos» a todos os desejos.
Crescer é não olhar pelos outros. Muito menos, fazer de “gata borralheira”. (Se for assim, em vez de nos admirarem como mártires, o melhor que conseguimos é sentirmo-nos crucificados…)
Crescer é olhar por nós. Deixarmos de estar à espera de encontrar, em todas as pessoas a quem dizemos «bom dia!», quem olhe por nós. Afinal, crescemos sempre que, no lugar de quem olha por nós, surge quem olhe connosco. E, em vez de correr para nós, corra connosco. E não vivendo por nós, nasça connosco… É isso que separa imaginar que se voa de aprender a voar.

Eduardo Sá

os vencidos da vida


Afinal, bem vistas as coisas, o Homem é um acidente da Evolução. Se formos até aos 100 milhões de espermatozóides de cada ejaculação dos nossos avós e ao milhão de óvulos que cada uma das nossas avós terá produzido nas suas vidas, e fazendo um cálculo semelhante para os nossos pais, a probabilidade das mesmas duas minúsculas células de que resultámos se virem a encontrar terá sido de 1 para 10 seguido de 23 zeros. O que nos dá a deliciosa sensação de sermos uma completa improbabilidade, uma coincidência ou, se preferirem, um produto - incalculável! - do acaso.
Um nível de insignificância tão exuberante teria merecido - de muitos daqueles que combatem o acaso com muitos números - a desistência diante de quaisquer veleidades da criação humana. Mas tanto acaso confere a cada um de nós, desde o princípio, o privilégio - mais ou menos divino - de existirmos ao "arrepio" de todas as probabilidades. E tantos parâmetros que previam que jamais viríamos a existir - diante de milhares de milhões de hipóteses de um outro incauto espermatozóide vir a produzir alguém melhor do que nós - remete-nos para o mistério de existirmos porque alguém - Deus, por exemplo - terá dado uma ajudinha. Por outras palavras, estando abrangidos por aquela fatalidade que prevê que "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", o acaso arranjou-nos este imenso trabalho de sermos levados a imaginar que, apesar de abrangidos pelas leis da Natureza, a Vida seja mais do que um contrato de habitação periódica que Ela tenha feito connosco.
Este acidente fantástico da evolução leva a que esqueçamos, por vezes, esta aura acidental e, de forma mais ou menos megalómana, que queiramos ser senhores do acaso e vencer a vida. É claro que muitas pessoas consomem-se ao tentar vencer a vida e acabam, sem terem vivido por dentro, vencidos por ela.
Somos vencidos pela vida sempre que desperdiçamos, sem reparação, as pessoas que, gostando de nós, não conseguem ser o espelho que nos dá vida. Muitas pessoas são arquipélagos onde as ilhas se separam prevalecem sobre o oceano que as une. Mas, apesar disso, é do modo como alguém (algures no nosso crescimento) nos amou que nasce a fé e o desejo.
É claro que, sempre que falamos de fé, damos de caras com Deus. E, logo que se pensa no desejo, esbarramos na sexualidade. E sem insolências, acho que tais confusões são "indigestas"... Desejar a vida só é possível quando temos fé nas pessoas. No seu amor e na função redentora que possam ter dentro de nós. É da fé que nasce o riso e o encantamento que vestem o desejo de vida e nos abrem para o fogo e para os arrepios da paixão. Mas, infelizmente, a muitas relações faltam a fé, o riso e o encantamento e, por isso, em vez do desejo da vida, prevalece sobretudo o desamparo. São essas relações que levam, com gula, a que se anseie vencer sobre todas as coisas porque, no mais fundo dessas pessoas, se reconhecem vencidas pela vida.


Eduardo Sá, " Chega-te a mim e deixa-te estar"

Carpe Diem

Senti mesmo uma enorme necessidade de escrever sobre isto. Talvez, devido a uma conversa que tive ou até dos últimos acontecimentos. O facto de alguém desaparecer da nossa vida, do nosso mundo, faz-nos ver a vida por um outro prisma. Parece que ficamos ocos, vazios. É um sentimento de inutilidade tal, que só aí nos damos conta que afinal o mundo não gira à nossa volta. Só damos valor ao que temos, quando o perdemos. Só damos valor às pessoas, quando já não as vemos. Por vezes, dizer “Amo-te”, “Desculpa”, “Ajuda-me” ou até um simples “olá” é muito complicado. Mas quando temos que dizer um “até sempre”ou “Adeus” ou sentimos a própria saudade a trespassar o nosso coração, acreditem que é muito pior e acabamos por dar valor a estas pequenas expressões, que passamos a vida a esconder dos outros. Por vezes, nem nos apercebemos do que significamos para as pessoas ou do que elas significam para nós. Estamos mais preocupados em olhar única e exclusivamente para o nosso umbigo. Quando nos pedem ajuda, somos capazes de até a dar. Mas se nos pedirem um sorriso, temos medo de nos expressar e de mostrar os nossos sentimentos.
Sinceramente, sinto um pouco de receio ao pensar que nos podemos tornar todos escravos, na medida em que só nos preocupamos com rotinas, trabalhos, obrigações. E os nossos sentimentos, os nossos momentos, o nosso prazer, o nosso lazer… onde ficam?

- A (in) utilidade das coisas –

Faz – me uma enorme confusão, a importância que certas pessoas dão a certas coisas. Um verniz, uma carteira, um casaco, um telemóvel… Futilidades! Coisas sem nenhum valor. Insignificâncias.
Parece que vivemos em função de certos objectos e que sem eles não conseguiríamos sobreviver. Uma rotina criada à volta daquilo. Uma vida em função de objectos! E o mais grave é o facto de estes serem inúteis. Antes de um qualquer o ter inventado, as pessoas conseguiam viver sem ele. Porque é que nós, em pleno século XXI, não conseguiríamos. Parecem medicamentos, quanto mais os tomamos, maior é a dependência.
Não existe no mundo, um único ser humano que não tenha o seu objecto, a sua dependência e é de notar que estes não são propriamente os mais baratos do mercado. Quando estes são ultrapassados e surge um novo e melhor modelo, corremos a comprá-lo. É lamentável, mas é assim. E isto para não falar da grande necessidade que o ser humano tem em se exibir.
Dizem “ o dinheiro não traz felicidade!”. Em certa parte concordo com a afirmação.
Olhem ao vosso redor. Todos nós já tivemos alguém que nos viesse estender a mão para pedir uma esmola. Certo? Então agora digam-me se acham que essas são pessoas felizes. Não têm dinheiro para comer, não têm uma casa onde possam viver, uma cama onde possam dormir. São felizes? Aqueles que casam, se não tiverem dinheiro para construir a sua casa, a sua família, ter os seus filhos (porque até para se ter filhos é preciso dinheiro), conseguirão ser felizes? Aqueles que têm problemas de saúde, económicos, jurídicos e não tiverem dinheiro para os resolver, serão felizes? Até um país quando está em crise, conseguirá ser feliz? Estes são alguns dos muitos problemas com que a nossa sociedade se depara devido à falta de dinheiro. Até para morrer é preciso o ter.
Penso que o dinheiro traz bem-estar e não felicidade! Para sermos felizes, é necessário termos bem-estar. Mas bastará?
Obviamente, que a felicidade não vai depender do que comemos, do que temos, do que gastamos. Mas sim, de quem amamos.
Saber que temos dinheiro para comprar o que quisermos até a própria felicidade (como se isso fosse possível), faz de nós coisas para as quais tudo se transforma em cêntimos.
O facto de necessitarmos de “coisas” para vivermos, torna-nos por vezes despreocupados da forma como gastamos e do significado de ganhar dinheiro. E com isto tudo, para além de fúteis, tornamo-nos gananciosos e gastadores natos.
Se o homem da pré-história conseguia sobreviver praticamente só rodeado pela natureza, porque é que nós não havemos de conseguir?
Acreditem que antes de precisarmos de objectos, precisamos de afectos e sentimentos.
Não dêem tanta importância a um carro ou a um computador. DÊEM IMPORTÂNCIA À VIDA!

- De hoje para amanhã –

A vida é tão efémera! A efemeridade. Penso que foi criada para caracterizar a vida. Não lhe podemos tentar dar outro sentido, se não este. O facto de hoje para amanhã, de um momento para outro, a nossa vida poder mudar por completo devia-nos tornar bastante mais “agarrados” a ela.
Tiram-nos o chão! Deixam-nos sem casa, sem amigos, sem família. Deixam-nos sem amor, sem carinho. E perguntamos porquê?
Tantos são os problemas da vida, tantas dificuldades no dia-a-dia. E não conseguimos perceber que tudo isto são situações para nos colocarem à prova. “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Se vivermos cada dia a pensar só e apenas nos pesadelos que nos atormentam à noite, e nem sequer dermos um pouco de atenção a toda a beleza que nos rodeia.
Um bom exercício: comecemos no final de cada dia a escrever o momento mais feliz daquele dia, mesmo que tenha sido apenas um minuto. Apontem e tentem que no dia seguinte esse momento seja ainda mais feliz e prolonguem-no.
“Esta vida são dois dias. E um é para acordar das histórias de encantar.” Pensamos que vamos viver para sempre, e não vivemos cada minuto com se fosse o último. Mas, se nos dizem que não vamos viver para sempre, começamos a pensar na qualidade de vida. Onde está a alegria e a procurá-la. É altura de o fazermos, seja o que for; temos a nossa “lista de desejos”, é melhor realizá-la.
Façam a vossa lista de desejos, e realizem-na a cada dia. Um deles será o último. Vivemos e morremos e a roda da vida nunca pára de girar. Aproveitem cada dia e cada momento, como se não existisse amanhã.


CARPE DIEM!

Teresa Lino